Aplicar o poder dos dados à indústria de Papel e Celulose é uma abordagem inovadora que tem o potencial de impulsionar lucros e minimizar o tempo de inatividade da produção.
Historicamente, para aumentar a produção de uma indústria de papel e celulose é necessário aumentar as taxas de utilização operacional. Isso quer dizer que, quando você precisava de mais produção, busca-se necessariamente investir, seja adicionando máquinas mais modernas, tanques com maior estocagem, prensas e outros equipamentos que requerem altos valores de investimento – e o processo se repete conforme necessário.
O desafio dessa abordagem é que os processos utilizados apresentam muita variabilidade, e as máquinas se degradam e se desgastam rapidamente com o tempo. Embora tecnologias digitais, automação e análise de dados possam afastar a indústria dessa abordagem “bruta”,
assim como muitos setores de manufatura, ela enfrenta novos desafios ao incorporar a tecnologia da informação (TI) em sua tecnologia operacional (TO).
Por exemplo, um dos principais desafios decorrentes da adição de novas tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT), é o aumento de dados e sua complexidade que, em última instância, reduzem a produção e frequentemente criam confusão operacional.
Os processos na indústria de Papel e Celulose são multivariados – são inúmeras etapas para chegar da madeira bruta ao produto final, e cada etapa tem seu próprio processo, com suas características de desempenho, tolerâncias, etc. No entanto, os operadores e engenheiros envolvidos frequentemente analisam cada etapa isoladamente. Podemos ilustrar da seguinte forma, se estou operando um digestor, o foco é apenas a transformação da madeira bruta para a polpa. No entanto, do ponto de vista organizacional, a visão que os líderes precisam ter abrange desde a madeira bruta até o produto comercializável. O resultado é um processo muito maior e mais complexo do que os usuários frequentemente veem ou planejam.
Outro desafio da indústria é o fato de empresas do setor estabelecidas há muito tempo não necessariamente possuírem todos os dados necessários para análises multivariadas, reflexo de um longo período de tempo em que o sistema das plantas era independente e não conectado a nenhum sistema central.
Primeiro Passo para Otimização baseada em Dados: Explorar dados históricos
Empresas que não possuem o histórico de dados necessários para aprimorar suas operações precisam começar a capturá-los para análises futuras. Encontrar fontes de dados dispersas e utilizar uma gestão adequada é essencial para qualquer integração de tecnologia, a fim de trazer inovação para trilhar o caminho da transformação digital.
Se os dados estão disponíveis, poderá utilizar-se de análise multivariada para remover o impacto do tempo do processo – diminuindo o tempo para solução de problemas ou paradas de produção, por exemplo. Ainda que a princípio seja em pequenas partes do processo, qualquer melhoria que encurte o processo de fabricação é um ganho.
Em seguida, o mesmo tipo de análise multivariada pode ser aplicado a cada etapa do processo de ponta a ponta, por exemplo, durante o desfibramento mecânico e o desfibramento químico, para identificar onde são possíveis pequenas melhorias incrementais.
Considere a seguinte ressalva: cada vez que uma pequena parte do processo é ajustada e aprimorada, é provável que crie gargalos em outras, a montante e/ou a jusante. Se o processo de Cozimento for otimizado, mesmo que seja apenas um pouco, pode ser possível obter mais polpa, ou aproveitamento do digestor, requerendo mais madeira (a montante) e/ou necessário aumentar a capacidade na etapa de Lavagem e Depuração (a jusante).
A parceria com uma empresa como a Radix, que compartilha de um profundo expertise no setor de Papel e Celulose, ajuda a enfrentar esses e outros desafios. A Radix fornece a consultoria orientada por dados para executar pequenos ajustes, identificar seus efeitos em cascata e encontrar os ajustes necessários para suavizar seus impactos no restante da operação.
Além disso, apoiamos o alinhamento entre todas as partes interessadas do processo – desde os líderes, que precisam estar cientes dos insights dos dados e dos resultados da otimização para agir melhor com base nas informações, até os gerentes de fábrica, que precisam tomar decisões orientadas por dados e trabalhar com a equipe de operações e manutenção para melhorar as decisões. Acreditamos que é preciso explorar os dados e torná-los acessíveis a todos que desempenham alguma função no processo de ponta a ponta, e não o integrar a uma nuvem onde poucas partes têm acesso.
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Sobre o Autor
A autoria deste artigo é de Elliott Bell, Head Global de Papel e Celulose na Radix e engenheiro elétrico pela Clemson University que já acumula mais de 28 anos de experiência na indústria. Anteriormente, Elliott ocupou diferentes cargos na Georgia Pacific, sendo o mais recente o de Diretor Sênior de Soluções de Processos Avançados, onde defendeu a coleta e o uso de dados de negócios e processos para a Transformação Digital. Além disso, é especialista no tema controle de processos e possui ampla experiência em gerenciamento, transformação organizacional, controle de processos, manutenção, engenharia de projetos de capital, gerenciamento de projetos, certificação Six Sigma Black Belt e treinamento em metodologia Lean, técnicas de soluções de problemas em quatro etapas e center lining.